De inspiração o poeta é feito e da inspiração se torna refém.
Afinal, no que se consiste a mesma?
É como a porosidade da pele
que, uma vez abusada pela inflamação,
Expele aquilo que, verdadeiramente, há por dentro?
Ou é como os livros que
Quando abertos, revelam um mundo fantástico e idílico,
O qual se finda com o término da leitura?
Ou será como a discussão de Heráclito e Parmênides acerca do devir,
A qual se eternizou por gerações?
De todas as incertezas, uma eu afirmo:
A potencialização do poeta provém do questionamento,
Da antítese
Do "perder-se" em si
Da epifania
Da contradição
Da ambiguidade
A inspiração poética vem do "ser", ou melhor,
da insuficiência do ser.
O ser em sua completude, não gera movimento.
Antes o insuficiente que tende a ser preenchido,
do que a completude que tende a se esvair.
Julia Lima
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