Lá está ela, dormindo em sua cama
Sempre com o seu urso de pelúcia:
O charme de uma criança.
Suas pernas encurvadas
Revelam os finos e discretos pelos.
Sua curvatura estontuosa,
enfatiza meu desejo.
Os lábios entreabertos sugerem um convite.
Mas, sei que se a beijasse, aqui e agora,
apenas aguçaria meu apetite.
Contudo, não posso toca-la, nem senti-la.
Sou tese e não antítese.
Não há como negar:
Sou designado para isso, fui feito para isso.
A dourada auréola me confirma.
A proteção obsessiva me reluz.
A aconchegantes asas me reafirmam
aquilo que eu aprendi com a Luz.
Tese e não antítese,
sou afirmado e não negado.
Tese
Tese
Tese
Porém, o que seria a vida sem o escapismo da síntese?
Julia Lima
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