domingo, 13 de setembro de 2015

A vida por um fio

        A vida não está por um fio, ela é o próprio fio. Criamos a ilusão de que há vários fios que representam a vida e, quando ela se aproxima do fim, os fios vão se acabando até que reste somente um e, uma vez estourado, a vida se esvai. Porém, tal visão é equivocada.
        Como colocamos anteriormente: a vida é o próprio fio. Uma única oportunidade repleta de especificidades, estas que garantem ao fio um verdadeiro e peculiar sentido. As frustações também fazem parte desta oportunidade: eu só delimito meus momentos de alegria se eu sei o que são os momentos de fraqueza e já tiver passado por eles. Ou seja, eu delimito minha alegria na tristeza.
        Serei franca, a vida vai te decepcionar e muito. Mas, caro leitor, é nesses momentos que encontramos o sentido de permanecer vivo. Ser feliz, diferentemente do que muitos pensam, não é alcançar metas, possuir um bom emprego, constituir uma família – embora estas ajudem o ser humano em seu “fio”. Ser feliz é achar brechas/pequenos momentos de alegria onde ninguém acha e mais feliz é aquele que se surpreende ao achar essas brechas onde nem ele mesmo imaginava que acharia.
        Agora, se quiser ser feliz de forma legítima, não espere que as pequenas brechas apareçam: as crie. Feliz aquele que é capaz de “desfiar” a sua própria vida e fazer dela uma oportunidade para incontáveis brechas.


Julia Lima

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