A vida
não está por um fio, ela é o próprio fio. Criamos a ilusão de que há vários
fios que representam a vida e, quando ela se aproxima do fim, os fios vão se
acabando até que reste somente um e, uma vez estourado, a vida se esvai. Porém,
tal visão é equivocada.
Como
colocamos anteriormente: a vida é o próprio fio. Uma única oportunidade repleta
de especificidades, estas que garantem ao fio um verdadeiro e peculiar sentido.
As frustações também fazem parte desta oportunidade: eu só delimito meus
momentos de alegria se eu sei o que são os momentos de fraqueza e já tiver
passado por eles. Ou seja, eu delimito minha alegria na tristeza.
Serei
franca, a vida vai te decepcionar e muito. Mas, caro leitor, é nesses momentos
que encontramos o sentido de permanecer vivo. Ser feliz, diferentemente do que
muitos pensam, não é alcançar metas, possuir um bom emprego, constituir uma
família – embora estas ajudem o ser humano em seu “fio”. Ser feliz é achar
brechas/pequenos momentos de alegria onde ninguém acha e mais feliz é aquele
que se surpreende ao achar essas brechas onde nem ele mesmo imaginava que
acharia.
Agora, se
quiser ser feliz de forma legítima, não espere que as pequenas brechas apareçam:
as crie. Feliz aquele que é capaz de “desfiar” a sua própria vida e fazer dela uma oportunidade para incontáveis brechas.
Julia Lima
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